30 de jan. de 2009

O desenvolvimento da sexualidade

Olhar, tocar o sexo dos amigos, masturbar-se, beijar colegas, brincar de médico. Esses comportamentos só indicam que a sexualidade do seu filho está se desenvolvendo de maneira saudável

A atual geração de pais considera-se mais bem resolvida sexualmente do que as anteriores. Até flagrar o filho de apenas 3 anos se masturbando. Alguns ficam perdidos, sem saber o que fazer. Outros simplesmente ignoram. Na sexualidade da criança não há erotismo nem malícia, que surgem por volta dos 8, 10 anos. Ela faz parte da aventura de descobrir o corpo – tanto o dela quanto o dos outros. "Essa curiosidade indica um desenvolvimento sadio", diz a psicanalista Maria Cecília Pereira da Silva.

Mesmo assim, acompanhar esse desenvolvimento não é tão fácil quanto ver o filho dar os primeiros passos. "A sexualidade é embaraçosa porque é repleta de preconceitos. Os adultos tendem a pensar em sexo como coisa de gente grande. As crianças brincam com sua curiosidade sexual", afirma a psicanalista.


Um início suave
No primeiro ano de vida, as manifestações sexuais ainda não arrepiam os pais. É que o centro das percepções sensitivas e de prazer dos bebês está na boca. No entanto, por conta dessas sensações, lembra a sexóloga e terapeuta Rosenilda Moura da Silva, "os meninos já têm ereções e as meninas, embora seja difícil ver, lubrificação vaginal". A causa da excitação, acreditam pesquisadores, são os contatos físicos, como a amamentação e os carinhos, e as descobertas que o bebê faz com o próprio corpo, como levar as mãos e os pés à boca ou explorar os órgãos genitais – "algo natural que não deve ser reprimido pelos pais", diz a psicóloga Fernanda Roche.


A fase "punk"
É o período entre os 2 e os 6 anos. A falta de pudor, própria da idade, leva a criança a andar e correr pelada pela casa. Algumas se mostram nuas para as visitas. O exibicionismo é diversão para elas. A retirada da fralda faz a criança perceber que é capaz de controlar o esfíncter (músculo envolvido na evacuação). O movimento é prazeroso para ela e estimula a exploração sexual. "Isso, em geral, ocorre por acaso. A criança encosta um brinquedo na vulva ou no pênis e pronto. Está descoberta a chave para a masturbação", diz a sexóloga Rosenilda. Haja jogo de cintura. Os adultos precisam explicar ao filho que a masturbação é um ato íntimo e deve ser feita num lugar reservado. Se for compulsiva, ou seja, a criança deixa de fazer outras coisas, os pais devem buscar orientação de um profissional. "O filho pode estar compensando, por exemplo, a falta de contato físico, de carinho, abraço, atenção", afirma a psicóloga Fernanda Roche. Ela lembra que entre 3 e 6 anos a criança aprende que pode expressar ou disfarçar seus sentimentos. A escolha está ligada às reações dos outros.

Jogos íntimos
Se a masturbação incomoda os pais, é melhor estarem preparados para o que vem a seguir, após os 3 anos. Além de adorar ficar pelada, a criança passa a ter uma desinibida curiosidade por corpos – o seu e o dos outros. Se houver chance, vai tocar, espiar e apertar qualquer parente ou amiguinho. Na escola, pode eleger um amigo, mostrar-lhe o sexo e querer ver o dele. "Os pequenos se apalpam, se lambem, se tocam, por pura curiosidade.
Também porque é excitante descobrir o que o corpinho do outro esconde", diz a psicopedagoga Cláudia Maria de Morais Souza. A atitude é chamada de jogos sexuais. "Não existem atração sexual nem conotação erótica ou malícia", afirma a sexóloga Rosenilda.

A curiosidade deixa os pais de cabelos em pé. "Alguns questionam se a pegação e as lambidelas levam ao orgasmo", diz a psicopedagoga Cláudia Maria. Apesar de reações parecidas terem sido observadas em crianças, nessa fase elas ainda não fazem explorações sexuais para atingir o orgasmo, mas já estão aprendendo a tirar sensações do corpo. Mas cuidado! "Essas brincadeiras devem ser entre crianças da mesma idade. Se a diferença for igual ou maior a quatro anos é preciso prestar mais atenção porque pode ocorrer abuso sexual", alerta a sexóloga Rosenilda.

Os jogos sexuais instigam as crianças a brincar de médico e a se questionar sobre suas diferenças anatômicas. Meninos e meninas experimentam até fazer xixi em posições trocadas. Os pais podem deixar, pois faz parte das descobertas. A partir dos 3 anos, as crianças também demonstram curiosidade sobre a origem da vida. Questionam como os bebês entram e saem da barriga da mãe. É preciso sinceridade e explicações curtas.


Seu filho pode imitar cenas vistas na TV
"Se a família costuma dar selinho no filho, os pais devem deixar claro que só o pai e mãe podem beijá-lo na boca", lembra Rosenilda. Mas essas bitoquinhas são polêmicas. Educadores dizem que, para a defesa da criança contra abuso sexual, a orientação deve ser outra. Que é preciso explicar ao filho que não é normal adulto beijar na boca de criança. E, se isso acontecer, ela deve contar imediatamente aos pais. Mas, se o beijo for entre crianças da mesma idade, relaxe. "Não é preciso punir. Diga apenas que beijo na boca não é coisa de criança. É uma demonstração de amor e carinho entre adultos", completa a psicóloga Fernanda Roche.


Fim da ingenuidade
A partir dos 6 anos, o interesse sexual da criança diminui. Na fase de alfabetização, ela está mais voltada para o conhecimento, e também entra em cena o pudor. Não quer mais tomar banho com o pai do sexo oposto. É o chamado período de latência, que vai dos 6 aos 10 anos. Os pais agradecem o fim dos exibicionismos. A masturbação, as troquinhas e os beijos entre colegas são menos freqüentes, mas não desaparecem. Aos 8 anos, garotos e garotas desenvolvem o conteúdo erótico. Eles têm ereções ao ver alguém pelado. E elas, lubrificação na vagina. "Isso acontece por conta do desenvolvimento cerebral. Antes dos 8 anos, não há sinapses suficientes para ligar a sexualidade ao erotismo", diz a sexóloga. A conversa entre esses neurônios decreta o "início do fim" da ingenuidade. Chega a puberdade, marcada pela produção de hormônios, mudanças corporais e muita vergonha. Em seguida, a adolescência, período em que os filhos se igualam sexualmente aos adultos.

Muitos pais acham que falar sobre sexo antes da adolescência com os filhos pode antecipar um interesse indevido na criança. Nada disso. "Quanto mais conversarem, mais tranqüilas as crianças ficam", garante a psicóloga Fernanda Roche. Não é preciso levantar a causa. "À medida que os filhos começam a se descobrir, deixe fluir para não virar tabu", aconselha a psicóloga.

Além da anatomia
Apesar das dificuldades, é preciso preparar os filhos para que tenham uma atitude responsável e saudável em relação ao sexo. Para isso, os especialistas aconselham que a educação sexual vá além das lições de anatomia. Que os pais tentem descobrir que sentimentos os filhos têm em relação ao assunto, como vergonha, medo, moralismos. Essa intimidade, por transmitir afeto, tende a aliviar os bloqueios nas conversas sobre sexo entre pais e filhos.

Pererecas e perus
A lista de apelidos dos órgãos genitais é longa e ninguém lembra como eles surgiram. "Como o sexo era relacionado a algo impuro, era pecado dizer os nomes verdadeiros", diz Rosenilda. Por isso os pais não devem trocar o nome dos genitais para a criança, sob o risco de lhe transmitirem preconceitos. Além disso, a criança entre 2 e 4 anos pode fazer associações literais e ficar confusa: a menina, por exemplo, duvidar que uma perereca de verdade se chame perereca; ou o garoto ficar chocado com o peru da ceia do Natal.

27 de jan. de 2009

Mãe e bebê: a importância da interação



Pesquisa comprova: crianças que recebem estímulos maternos no primeiro ano de vida têm menos chance de ter problemas de comportamento no futuro

Você já parou para pensar no quanto seu filho aprende no primeiro ano de vida?
E no quanto o papel da mãe é fundamental nessa etapa?

Isso é o que comprova um estudo elaborado por Benjamin Lahey e sua equipe da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.

A pesquisa, que analisou 1.800 crianças, sugere que a maneira como as mães interagem com os bebês até 1 ano de idade interfere no comportamento da criança entre 4 e 13 anos. Os cientistas avaliaram as reações das crianças em vários tipos de atividades e os estímulos que recebiam da mãe. O resultado indicou que, aquelas estimuladas no primeiro ano de vida, apresentam baixo risco de ter problemas de comportamento, como bullying, mentiras, desobediência, entre outros. Há quem pense que a criança não aprende nada quando ainda não tem 1 ano de vida.

“O enorme trabalho neurológico e químico que um bebê faz nos primeiros 12 meses não acontecerá dessa maneira em nenhuma outra fase de sua vida”, diz Rita Calegari, chefe do setor de Psicologia do Hospital São Camilo.
Aquele bebê, que parece não interagir com os pais nos primeiros dias, logo começa a reconhecer as pessoas, a falar, andar e mexer em objetos. Todo o aprendizado nessa etapa se refletirá na sua forma de se relacionar com o mundo. E os cuidados maternos, cujos estímulos vão desde uma troca de fralda ou da amamentação, por exemplo, vão definir seus valores, caráter, nível de tolerância.

“A mãe precisa suprir as necessidades da criança o suficiente e entender também que o exagero é tão nocivo quanto a falta de cuidado”, diz Rita. A psicóloga enfatiza que, atender aos desejos das crianças de maneira equilibrada, permite educá-las mais felizes, satisfeitas e menos ansiosas. Por outro lado, aquelas que sofrem violência física no dia-a-dia carregarão essa atitude como um valor. Esse carinho tem de estar presente também na pessoa que fica com a criança enquanto os pais estão trabalhando.

“É preciso que, muito mais do que os cuidados básicos, como dar banho ou a papinha na hora certa, a criança seja estimulada mesmo longe dos olhos dos pais, seja com uma música, um brinquedo ou um banho de sol”, completa a especialista.

26 de jan. de 2009

O recheio da fralda

Cocô também é sinal de boa saúde. Ficar de olho nele pode não ser agradável, mas importante.

Uma das últimas preocupações da administradora de empresas Heneida Lima, de 28 anos, era olhar o conteúdo da fralda do filho quando ele era recém-nascido. O sossego dela mudou logo na primeira consulta do bebê ao pediatra. "O médico perguntou como era o cocô do Gabriel. Não sabia o que responder porque limpava o bumbum dele, mas não me preocupava em esmiuçar", lembra.

A observação dessa matéria-prima não é nada gratificante, mas precisa ser vista porque também é um indicativo de saúde. "Malformações intestinais e alergias modificam a consistência do cocô e a presença de sangue necessita investigação", explica a pediatra Liliane Maria Abreu Paiva. Receosa que estivesse sendo negligente nos cuidados com o filho, Heneida ficou mais observadora. Ficava intrigada quando apareciam "uns negócios estranhos parecidos com leite coalhado". "São grumos, pequenos pedaços de leite talhado, eliminados enquanto o bebê mama no seio", explica o pediatra Carlos Alberto Landi, do Hospital Samaritano. Quando a criança entra no mundo das papas doces e salgadas, a flora intestinal muda, deixando as fezes mais pastosas, mais escuras e com cheirinho. Heneida comprovou toda essa transformação e se surpreendeu com a quantidade. "No segundo dia de papa, Gabriel colocou o mundo nas fraldas. Liguei para o pediatra e perguntei se era normal. Ele respondeu que o volume poderia variar e não era para me preocupar", lembra a mãe.

Diarréia ou prisão de ventre

Ao contrário de Heneida, as mães de primeira viagem costumam ficar de olho no recheio da fralda de seus bebês. Algumas se assustam com a consistência líquida, presente nos primeiros dias de vida. E acham que o filho está com diarréia. "Quando o recém-nascido começa a ser amamentado, elimina primeiro mecônio, que tem essa aparência", explica Landi. Os sintomas clássicos da diarréia são febre, vômito, cólicas, além das fezes líquidas, e o bebê deve ir ao pediatra. A freqüência com que o filho suja a fralda também é motivo de preocupação.

Alguns fazem várias vezes ao dia. Outros ficam dias sem fazer, e as mães acreditam que é prisão de ventre. "As duas situações são normais", diz Landi. "Se o recém-nascido não estiver com a barriga durinha nem chorando de dor, não há por que se preocupar", completa. Independentemente da consistência e da freqüência, em geral as mães nunca estão satisfeitas com as fezes dos filhos. "Se faz muito é porque faz muito, se faz pouco é porque faz pouco", brinca Landi. O bebê não precisa sujar a fralda todos os dias, mas quando suja não custa nada a mãe dar uma olhadinha para ter certeza de que está tudo bem.

23 de jan. de 2009

Babá, avó ou berçário?

Os filhos nascem e os dilemas começam. Um dos mais difíceis é decidir com quem deixar seu bebê

A licença-maternidade está chegando ao fim. E a mãe precisa decidir com quem vai ficar o bebê. Babá, avó ou berçário?
Os especialistas têm opiniões diferentes sobre a opção ideal, mas concordam em dois pontos. O primeiro é que a mãe deve se preparar para essa separação, também denominada transferência de cuidados, mesmo que por algumas horas, a uma outra pessoa.
O segundo é que, seja qual for a decisão tomada, não precisa ser definitiva.
Ou seja: se não deu certo, pode-se rearranjar tudo.

Com a babá


A resistência à opção babá pode estar relacionada a uma invasão de privacidade. Além disso, a babá tem muita importância, porque é alguém estranho que vai conviver com todos e ser responsável pelos cuidados com o maior bem da família: os filhos. Em muitos casos dá certo. Para a psicóloga Fernanda Roche, uma das maiores dificuldades dessa estranha relação é não compreender que babá é uma profissão e, como tantas outras, exige treinamento e vocação. E ela não substitui ninguém. Está lá para apoiar a família e seguir suas indicações.

A psicóloga Lourdes Brunini acredita que o profissionalismo é a primeira regra mesmo. "Deve saber diferenciar manha de dor, saber se é febre, diarréia, vômito, se está engasgada." E estar disponível em vários sentidos. "Precisa ter paciência e gostar muito do que faz."

PRÓS - É um ser estranho na família e exige certa dose de sorte para dar certo.
Segue o que os pais recomendam. Mantém a rotina da casa. Evita a correria da manhã para sair de casa. Flexibilidade de horário.
CONTRA - É difícil encontrar alguém em que se confia e pode ter hábitos e costumes tão diferentes da família que gerem conflitos.

Com a avó

Assim como a babá, a avó permite à criança viver uma rotina dentro de casa e criar vínculos. "Mas, dependendo do caso, a avó muitas vezes não agüenta mais fisicamente a energia de uma criança", alerta Fernanda Roche. Lourdes Brunini completa. "Há para ela dificuldade em pôr limites e não tem mais o mesmo grau de agilidade. A biologia diz: é tempo de ser avó. Não dá para correr, agachar, etc." Para a psicóloga Maria Grupi, diretora do berçário Ponto Ômega, toda criança tem direito a uma avó. "Daquelas que contam histórias e fazem bolinho de chuva. Não é justo ela ficar se policiando o tempo todo."

Segundo Maria Grupi, a avó encaixa-se em um outro ponto desta conversa: o plano B. "Ela é perfeita para o caso de a criança ficar doente e ter de ficar em casa, por exemplo."

PRÓS – Antigamente era a primeira opção. Mas hoje ou elas não estão em casa porque também trabalham ou moram longe.
É uma pessoa da família, o que pode ser garantia de uma relação de afeto e de educação condizente com o que os pais desejam.
CONTRA - Exige uma relação aberta para não haver tensão no momento de estabelecer limites à criança. Pode não ter mais agilidade de antes.

No berçário

A lista de profissionais de um bom berçário tranqüiliza as mães. Só que, junto, vem outra lista: a dos vírus de mais crianças e mais adultos convivendo no mesmo lugar. Por isso a pediatra Gelsomina Colarusso Bosco avisa: "Mãe que decide colocar no berçário tem de ter cabeça de berçário". Ela precisa estar preparada, pois a criança tende a ficar mais doente, sim, das chamadas doenças das vias aéreas superiores, como otite e amidalite", explica. O que fazer? Ter acompanhamento pediátrico para tomar os cuidados necessários. E, o principal, orientar corretamente os profissionais do berçário e saber perguntar.

PRÓS - Hoje tenta não ter mais a imagem de ser somente um local que fica com a criança, oferecendo os mais diversos serviços.
Existem vários profissionais da área de saúde e pedagogia. Não há problemas com faltas e pode ter os cuidados fiscalizados por alguém o tempo todo.
CONTRA - A criança fica muitas horas fora de casa. Aumentam as chances de adquirir alguma doença por estar mais exposta a vírus no convívio com outras crianças e adultos. Menos flexibilidade de horário.


Site de pesquisa:
www.revistacrescer.com.br

21 de jan. de 2009

A melhor idade para seu filho fazer cada coisa até os 2 anos

Descubra o momento certo de a criança sentar, andar, dançar...

Cada criança tem o seu ritmo. Algumas andam com 10 meses, outras só dão os primeiros passos bem depois da festinha do primeiro aniversário. Mas as comparações são inevitáveis. "Sua filha já bate palmas? O meu já consegue desmontar e montar o controle remoto!" É comum a ansiedade dos pais quando se trata do progresso dos filhos. E surgem dúvidas. CRESCER conversou com dez especialistas para montar esta tabela. As idades são só uma referência.
E nunca é demais lembrar: demora nem sempre quer dizer problema. O apresentador de TV Jô Soares só começou a pronunciar algumas sílabas com 2 anos. "Em compensação, nunca mais parei", brinca.


Confira a tabela de desenvolvimento para cada atividade:

Sentar - 7 para 8 meses
A estrutura do quadril só estará firme aos 7 meses. Primeiro, o bebê precisará de um apoio. Com o tempo, conseguirá sentar-se sozinho. Depois dos 10 meses, se ele não sentar, pode haver algum problema no seu desenvolvimento.

Engatinhar - 9 meses
Essa atividade não é obrigatória. Depois de sentar, a criança descobre novas maneiras de se movimentar, engatinhando ou andando com apoio.

Andar - 10 a 18 meses
A criança tem mais firmeza na coluna e consegue manter o equilíbrio. Por isso, imitando os pais, ensaia os primeiros passos. Ela deve ser incentivada. Se os adultos demonstrarem medo a cada movimento, ela não arriscará.

Dançar (com ritmo) - 1 ano
Desde os primeiros meses de vida, o bebê pode desenvolver um senso rítmico. Depois que começa a andar, seu balanço torna-se seguro e mais parecido com a dança propriamente dita.

Falar - 1 para 2 anos
Falar requer um longo aprendizado. Quanto mais os pais conversarem com os filhos, mais estarão ajudando no desenvolvimento de sua fala. Entre 2 e 8 meses, a criança solta sons guturais. Depois, fala sílabas simples, como "ma" e "pa", que exigem apenas a movimentação dos lábios. Por volta de 1 ano e meio, é capaz de formar pequenas frases. Se até os 2 anos não falar, é hora de procurar um especialista.

Empilhar cubos, lidar com brinquedos de encaixar, pintar com os dedos - Entre 1 ano e meio e 3 anos
Com cerca de 1 ano e meio, a criança já tem habilidade para empilhar e encaixar brinquedos -- e deve ser estimulada, pois esse treino vai ajudar em movimentos futuros, como segurar corretamente um lápis. Nessa época, ela também consegue enfiar os dedos na lata de tinta. Mas levá-los ao papel, e não à boca, exige uma coordenação motora que só virá depois dos 2 anos.

12 de jan. de 2009

O SONO DO BEBÊ

Dormir bem é fundamental para o desenvolvimento de seu filho

O sono é tão importante quanto a alimentação para a saúde física e emocional dos bebês.
O recém-nascido dorme de 16 a 20 horas, quase o dia inteiro. A cada duas horas e meia acorda querendo mamar.
O sono é mais longo à noite e, durante o dia, a criança tira de duas a três sonecas, que começam com duas horas de duração, chegando a uma hora cada uma.

Aos 4 anos, ela dorme cerca de dez horas à noite e os cochilos do dia acabam. Até que isso ocorra, as refeições costumam entremear os períodos de sono e é esse hábito, de comer e dormir, que beneficia o desenvolvimento da criança, especialmente no primeiro ano de vida, quando ela mais cresce. "O sono favorece a digestão para repor as energias gastas e também faz a produção do hormônio de crescimento, o GH, atingir seu pico", explica o pediatra Gustavo Antonio Moreira, do Instituto do Sono, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Atenção aos vícios
Cerca de 30% dos pais de crianças até 2 anos se queixam de que o filho tem dificuldade para dormir, segundo o pediatra Gustavo Antonio Moreira. Para evitar o problema, a criança não deve ser acostumada a adormecer no colo. "A partir dos 3 meses, quando seu sono já ficou mais regular, o bebê deve aprender a dormir sozinho, sendo colocado sonolento no berço." Uma rotina que indique a hora de dormir ajuda: um banho morno e tranqüilo, ser alimentada e ouvir uma história. "A mãe também precisa reconhecer quando o filho está com sono. Os sinais mais comuns são a criança coçar os olhos, puxar as orelhas e ficar ranheta", avisa o pediatra.

Dicas sobre o sono das crianças

Veja o que você não deve fazer


A pediatra Márcia Hallinan, do Laboratório do Sono da Universidade Federal de São Paulo, preparou um lista de situações que você, provavelmente, já enfrentou. Para que os pequenos aprendam a dormir, ela explica que é necessário rotina, ajuste de horários e paciência, muita paciência. Os exemplos abaixo podem ser aplicados eventualmente, portanto, evite-as:>> ninar bebê no colo diariamente (o correto é colocá-los na cama ou berço e ler por uns 15 minutos ou cantarolar embalando-o pelo mesmo tempo);>> nada de perambular com a criança pela casa no carrinho de bebê, ou colocar no bebê-conforto lugares esquisitos, como sobre a máquina de lavar (ninguém precisa ser chacoalhado para pegar no sono. Dê uma fraldinha, que ele se auto ninará);
> nada de passear de carro com o pretexto de fazer a criança dormir;
>> não ofereça mamadeira ou chá a cada choramingo, elas só podem existir se fizerem parte do ritual;
>> pode ser uma delícia, mas não é correto ficar abraçados, lendo até eles dormirem. Você deve deixar o quarto deles quando estiverem sonolentos, mas ainda acordados. Eles devem perceber que estão sozinhos, para não se assustar quando despertarem no meio da noite;
>> nada de inventar situações negativas em relação ao sono, como bicho-papão;
>> atenção: berço não é lugar para castigo!

Dicas para um sono tranqüilo

Algumas atitudes ajudam – e muito – a relaxar os pequenos na hora de dormir

1 - O ritual começa no fim da tarde, por volta das 18h: é hora de desacelerar
2 - Ofereça o jantar por volta desse horário ou três horas antes de a criança ir para a cama. Se os pais não estiverem em casa, outra pessoa pode tomar conta da tarefa. No caso dos bebês, a última mamada deve ser perto das 23h
3 - Evite deixar que as crianças assistam a desenhos de terror ou drama à noite ou joguem games com o mesmo tema. O ideal é que computador e TV não façam parte da mobília do quarto delas
4 - Duas horas antes da hora da criança dormir, desligue a televisão ou o computador. Em vez disso, que tal brincar com ela?
5 - Melodias tranqüilas preparam a criança para dormir. Na hora do sono, porém, desligue o aparelho. Ela precisa de um ambiente calmo, sem barulho
6 - Antes de ir para o quarto, um banho morno ajuda a relaxar
7 - Se eles tiverem fome antes de dormir,ofereça comidas leves, como um leite com biscoito ou barras de cereal
8 - A leitura é um bom hábito para toda a família, antes de dormir. Acalma os pequenos e ainda aproxima pais e filhos
9 - Depois, deixe as crianças no quarto,seja na cama ou no berço, sozinhas. Se reclamarem, os pais podem ficar por ali até que peguem no sono, mas nada de colo. A presença transmite segurança e, como tempo, elas vão aprender a adormecer sem vocês por perto
10 - O ambiente deve ser silencioso, escuro e fresco
11 - Além de dar segurança à criança que tem medo de escuro, a luz de cor azul tem efeito calmante. Mas para as que não se importam, o melhor é apagar todas as luzes
12 - Outra coisa que deixa os pequenos mais tranqüilos é o chamado objeto de transição, que pode ser um boneco de pano, bicho de pelúcia ou uma fralda
13 - Um beijo de boa-noite simboliza que o dia acabou
14 - Essa rotina deve ser seguida diariamente. O ideal é que as crianças sejam colocadas para dormir e acordem sempre no mesmo horário