19 de mai. de 2009

O desenvolvimento do bebê mês a mês

Em nenhum outro período da vida o ser humano faz tantas conquistas motoras, mentais e sociais quanto nos primeiros anos. São revoluções que encantam os pais.


Os pais ficam loucos por novidades, mas não adianta apressar os passos dos bebês. Cada nova habilidade é o aperfeiçoamento de uma anterior ou a combinação de outras já aprendidas. Segue uma seqüência predeterminada porque quem comanda esse espetáculo é o cérebro, e seu amadurecimento se dá em etapas. Leva a criança a firmar a musculatura dos olhos, depois a sustentar o pescoço, o tórax, até lá na frente ficar em pé. Esse percurso tem a ver com a formação dos circuitos neurológicos, que é induzida pela mielina, uma substância branca e gordurosa que aos poucos recobre as células nervosas. Sua função é agilizar o tráfego de impulsos nervosos entre as células para ativar as sinapses, as conexões que permitem a comunicação entre os neurônios. "Quando isso acontece, os estímulos fazem diferença. Um neurônio pode fazer sinapses com outros dois se a criança não for estimulada. Se for, é capaz de se conectar com outros dez", diz o neurologista Luiz Celso Vilanova. Não é preciso fazer malabarismos. O interesse, o afeto, os cuidados com o bebê são estímulos naturais sempre renovados pelos avanços da criança, que provocam novas respostas nos adultos. Acompanhe a seguir como tudo isso acontece.

Primeiro mês

Nesse início de vida, o bebê não controla nem a musculatura dos olhos. De todos os seus sentidos, a visão é a menos desenvolvida, por não ter sido exigida durante a gestação. No recém-nascido, seu alcance é de 20 a 30 centímetros, mais ou menos a distância entre o rosto do bebê e o da mãe na hora da amamentação. A criança não consegue focalizar objetos além dessa medida. As imagens são embaçadas e duplas porque as duas retinas ainda não estão unidas. O bebê é míope. Para ajudar nesse avanço, coloque móbiles coloridos sobre o berço. O olhar do bebê é atraído por objetos em movimento e de cores contrastantes, como preto e branco.
Aos 6 meses, a visão estará quase igual à de um adulto. A audição do recém-nascido, ao contrário, é tão boa quanto a dos pais, porque começa a se desenvolver a partir do quinto mês de gestação. O feto escuta os movimentos dos órgãos maternos. A batida do coração da mãe gera ruídos que podem alcançar 95 decibéis. Tanto barulho quanto o de um helicóptero em pleno vôo. Por isso, com apenas 3 dias, o bebê reconhece a voz da mãe e, em 20, emite sons em resposta ou vira a cabeça em direção ao barulho. Com 1 mês, ele registra a seqüência de palavras e, com 8 semanas, será capaz de demonstrar preferência pelo idioma materno. O paladar do recém-nascido também é aguçado. "Ele tem capacidade de distinguir o salgado, azedo, amargo e doce. Gosta mais do último", diz a pediatra Rosa Resegue. Segundo ela, logo nos primeiros dias o bebê reconhece o leite materno entre o de outros seios. Nesse início, pode mamar cerca de dez vezes ao dia e dormir de 20 a 22 horas. A alimentação e o sono entram aos poucos na rotina. Acordado, o bebê parece estabanado e assustado em seus movimentos. Ele não os controla, são reflexos involuntários.

Segundo mês

Um dos grandes marcos desse período é o sorriso social. "Indica que o desenvolvimento psíquico e afetivo da criança está indo bem", diz a pediatra. É um fenômeno curioso, porque independe do olhar e da receptividade dos pais. "Crianças cegas e surdas também têm esse sorriso", diz Rosa. Além do sorriso, o bebê de 2 meses já consegue levantar o queixo, sinalizando que o controle da musculatura do pescoço está avançando. Tem também o reflexo de virar o rosto de lado se colocado de bruços quando acordado. Outros reflexos, como o de estender o corpo para trás se for subitamente levantado e o da marcha, começam a ser inibidos, porque o domínio sobre os movimentos aumenta. A visão – as duas retinas se fundem – permite ao bebê fixar e acompanhar objetos e pessoas. Ele enxerga a mãe de outro modo. Não apenas o contorno do rosto, como era antes. Vê detalhes, o nariz, a boca, os lábios.

É capaz de reconhecer o pai, os avós, a babá. Nessa fase, é importante dar continuidade ao calendário de vacinas, orientado pelo pediatra. É que elas também dependem do desenvolvimento do bebê. Têm datas para ser ministradas porque o tecido que produz a imunidade do bebê, o linfóide, possui uma determinada velocidade de crescimento. "Não adianta imunizar o bebê antes porque o organismo dele não vai conseguir responder à vacina", diz o pediatra Francisco Lembo Neto.

Terceiro mês

A boca é o principal instrumento do bebê para conhecer o mundo. Ela discrimina consistência, volume, texturas dos objetos, das pessoas e até das partes do corpo do bebê. Ele ainda não leva o pé à boca, mas as mãos são saboreadas junto com brinquedos moles que já consegue pegar. Os movimentos reflexos continuam a diminuir. O da marcha, por exemplo, é trocado pela tentativa voluntária de seu filho ficar apoiado nas duas pernas quando colocado em pé. A coluna está mais ereta. No final do terceiro mês, o bebê consegue erguer bem a cabeça, o tronco, esticar os braços e movimentar a cabeça à procura de objetos e sons.
O padrão de sono muda. A criança dorme 16 horas por dia. Ainda é bastante e existe uma razão. "O bebê precisa disso tudo de sono para não consumir calorias a mais do que as necessárias, já que o seu metabolismo trabalha loucamente", diz Lembo. E, ao dormir, o bebê controla seu desenvolvimento. Ele alterna sono profundo e sono REM (quando os olhos se movimentam). Sabe-se que é no REM que os adultos sonham. Não dá para comprovar se os bebês fazem o mesmo, mas é nessa fase do sono que as células de seu cérebro formam novas sinapses. A atividade cerebral do bebê nesses momentos é tão intensa que, às vezes, ele sofre uma espécie de blecaute, tamanha a quantidade de informações que são registradas. Em atividade, os movimentos do bebê avançam. Ele começa a virar o corpinho para o lado. Já tem noção de profundidade desde que nasce, mas não de perigo, que é algo a ser aprendido. Por isso, cuidado com as quedas. Do terceiro para o quarto mês aparecem os arrulhos ou balbucios. "Quando os pais conversam com os filhos, eles respondem com sons e entonação como se estivessem mantendo um diálogo", diz a pediatra Rosa.

Quarto mês

O bebê passa a dormir praticamente a noite inteira. Durante o dia está mais ativo. Sorri bastante. A boca continua sendo o centro do conhecimento. Ele segue objetos visualmente até 180 graus. Tenta pegar brinquedos suspensos e pode passá-los de uma mão para outra. De bruços, fica cada vez mais com a cabeça firme e equilibrada. Começa a erguer o tórax. As mãos devem se abrir, o que é um bom sinal de desenvolvimento. "Crianças com problemas cerebrais não abrem o polegar", afirma o neuropediatra Luiz Celso Vilanova. O quarto mês traz muitas novidades: o bebê chora quando é deixado sozinho, gosta de brincar de esconde-esconde com a mãe que tapa o rosto com as mãos, explora o corpo, pegando o pé ou os genitais.

Tocar os calcanhares indica que ele começa a usar a musculatura da perna. "Um treino que mais adiante será exigido no engatinhar e no andar", diz Lembo. A linguagem avança com a percepção de sílabas e palavras. O bebê nota que os sons são acompanhados pelos movimentos da boca de quem fala.

Quinto mês

O principal ganho desse período é girar a cintura. Deitada, a criança primeiro joga a bacia para o lado, depois as pernas e então o corpo. "É um girar desconectado do tórax. Significa que o fortalecimento da musculatura atingiu a cintura", diz o pediatra Lembo. O bebê está perto de sentar. Seus braços e pernas adquirem agilidade, não sossegam durante o banho como os pais podem notar. Os bebês parecem aproveitar esse momento para praticar movimentos rítmicos, voluntários. Essa agitação ajuda a organizar o cérebro, formando conexões entre as células e estabelecendo um padrão para quando ele tiver força para engatinhar. Já fica em pé quando é seguro pela cintura.

Sexto mês

O bebê começa a sentar com apoio de travesseiros e almofadas, porque tem o controle total da parte torácica e da bacia. Os brinquedos precisam estar por perto. As tentativas para pegá-los estimulam o aprendizado do equilíbrio. A criança interage mais com o ambiente. Não gosta de ficar sozinha e sorri quando alguém conhecido vem em seu socorro. Estica os braços pedindo colo. Deixa as pernas estendidas quando deitada de bruços. A preensão palmar, antes reflexa, torna-se totalmente voluntária. O bebê pega os objetos que deseja. Também chuta, se balança, se debate e bate, esfrega, arranha, se inclina de modo rítmico e repetitivo. Com isso, manda estímulos para o cérebro, que se organizam em informações para o futuro: engatinhar, ficar em pé e andar.
O bebê rola sobre si, indicando que o amadurecimento da musculatura está chegando nas coxas. Cuidado com os tombos. O sono já virou rotina previsível. Ele dorme cerca de 14 horas, incluindo as sonecas durante o dia. A qualquer momento, a partir de agora, pode soltar um "mmmmmmmm", que, em geral, é interpretado como: "Ele disse mamãe".

Sétimo mês

Quando sentada, a criança coloca as duas mãos à frente do corpo, apoiadas no chão, para ter uma base de sustentação maior. O equilíbrio ainda é vacilante. Se você mostrar um objeto atraente, ela esquece das mãos, pega o brinquedo e tomba. "A queda manda uma mensagem ao cérebro: as duas mãos não podem sair do chão ao mesmo tempo, pelo menos por enquanto", diz o neuropediatra Vilanova. A coordenação motora se refina. O bebê começa a usar o dedo indicador e o polegar para pinçar os objetos. Parece que está escolhendo as coisas ou com nojo. O movimento se estenderá para o restante dos dedos entre o oitavo e o nono mês.
A melhora na pega indica que os ossos do bebê estão endurecendo. Quando nasce, eles são flexíveis por terem mais água do que os dos adultos. Entre o sétimo e o nono mês, a criança pode bater palma, mesmo que de forma desengonçada. "Unir as mãos significa ter o controle do ombro e também ausência de problemas cerebrais", diz Vilanova.

Oitavo mês

O poder de compreensão ganha contornos mais concretos. O bebê pára uma atividade quando lhe dizem "não". Entende o significado dos gestos e dos atos. Percebe, principalmente, que é um ser separado da mãe, mas ainda precisa se assegurar de que quando ela some não deixou de existir. As brincadeiras de esconder o ajudam nessa fase, em que demonstrações de estranhamentos com outras pessoas são comuns. Assim como quando estão no cadeirão e jogam um objeto no chão. É outro reforço no entendimento de que as coisas vão e voltam, além de experiências em que a criança aprende sobre distância, som e força. Sua musculatura está mais dura e o equilíbrio, melhor. Ela senta sem apoio e pega objetos próximos sem cair.


Nono mês

Engatinhar exige planejamento e logística. Qual perna levantar com qual braço? Resolver aonde ir. Ampliam-se a capacidade e a freqüência de tomar decisões por conta própria. Essa conquista acelera o desenvolvimento intelectual dos bebês. No princípio é engraçado. A criança poderá se arrastar com a barriga porque o controle das pernas ainda não é total. Elas não são tão firmes quanto os braços. Ou engatinhar de marcha a ré, por causa do peso da cabeça, que representa 30% do tamanho do corpo. "Cuidado com degraus", avisa a pediatra Tânia Shimoda. O dispositivo do medo, inato, é acionado duas semanas depois de ela começar a engatinhar, pela experiência ou pelos alertas dos pais.

10 a 11 meses

O desejo de ficar em pé é incontrolável. Para isso, o bebê precisa de três pontos de apoio – duas pernas e um braço, dois braços e uma perna ou dois pés e o apoio do tórax em algum lugar. Ao ficar em pé, a dimensão de mundo da criança se amplia. Os olhos de um bebê que engatinha ficam a 22 centímetros do chão. Em pé, a distância aumenta para, no mínimo, 50 centímetros, ou a altura dele. Muitos pais colocam o filho no andador.
"Está errado. A criança poderá ter quedas mais freqüentes ao andar porque não fortaleceu como deveria a musculatura da perna", avisa Lembo

16 de mai. de 2009

Alimentação da gestante


Adoçante na gravidez: maneirar é bom

Ainda há controvérsias sobre o uso de adoçantes pelas mulheres no período da gravidez. As dúvidas existem por não haver muitos estudos científicos que comprovem ou não os prejuízos ao bebê caso a mamãe consuma adoçantes enquanto grávida.
Os adoçantes são produtos naturais ou artificiais que substituem o açúcar oferecendo menos calorias com um sabor doce, por isso engordam menos que o açúcar. São compostos por substâncias edulcorantes, isto é, substâncias que são extremamente doces mesmo em pequenas porções.
Alguns estudos realizados com a sacarina e ciclamato, substâncias presentes em alguns adoçantes e alimentos dietéticos, são carcinogênicas (que podem dar câncer).

No experimento, ratos consumiram essas substâncias em grande quantidade, potencializando o risco. Sabe-se que essas substâncias atravessam a barreira placentária, mas como os estudos com a sacarina e ciclamato e os prejuízos ao feto humano ainda são insuficientes para qualquer conclusão, o melhor é evitá-los durante a gestação.
Já o aspartame, outra substância bastante encontrada nos adoçantes e produtos diet atuais, contém fenilalanina, contra-indicado para pacientes portadores da fenilcetonúria (mal congênito e raro que se caracteriza pela ausência de uma enzima que faz o metabolismo da fenilalanina e que é diagnosticado no teste do pezinho).

Com moderação -
Estudos dizem que para provocar danos neurológicos no feto a gestante teria de consumir altas doses do aspartame, como oito latas de refrigerante a cada oito minutos.
A Associação Americana Dietética diz que o consumo de aspartame durante a gravidez é garantido, mas as recomendações médicas ainda são de evitar essa substância durante os nove meses.
A frutose e stévia são adoçantes naturais, extraído das frutas e de uma planta respectivamente. Apesar de naturais, também não há estudos que possam comprovar que são seguros para que se consuma durante o período gestacional.
O ideal é que a futura mamãe estabeleça para sua gravidez um período de alimentação equilibrada e de exercícios para não ganhar uns quilinhos a mais. Já as mamães que estão acima do peso, a gravidez não é hora mais adequada de engatar dietas mirabolantes. Alimentação adequada combinada com exercícios são suficientes para que assegure a sua saúde e do bebê.

Diabetes -
A única recomendação é para as futuras mamães que são diabéticas. Há a necessidade do corte do açúcar e por vezes o consumo de adoçantes. O objetivo neste caso é evitar um alto consumo enquanto o bebê estiver se desenvolvendo dentro da sua barriga.

Dicas
Estabeleça com o seu médico a quantidade de adoçante que seja ou não adequado para o período da gravidez.
Se puder, troque o uso de produtos diet por alimentos saudáveis como frutas, verduras e legumes.
Com uma alimentação balanceada e prática de exercícios adequados para as gestantes, nenhuma mulher gestante, a não ser as diabéticas, necessitam do uso de adoçantes, mesmo os naturais.


Dieta equilibrada garante vida saudável à gestante e ao bebê


Com a gravidez em evidência, aumentam dicas de alimentação, mas alguns cuidados são fundamentais para garantir a saúde do bebê.
Em uma época em que a gravidez parece ter virado moda no mundo dos famosos, as preocupações das futuras mamães, principalmente as de primeira viagem, sobre os riscos desse período tão especial vêm à tona. Qual a importância, tanto para a mãe quanto para o bebê, de uma alimentação de qualidade? O que consumir para que todas as necessidades alimentares sejam atendidas? Quais são as quantidades adequadas? Quais alimentos devem ser evitados?

Constantemente diversos mitos relacionados a alimentação durante a gravidez são abordados na mídia, porém é preciso cautela para escolher a dieta correta e não prejudicar o desenvolvimento do feto. Segundo Dr. Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN), uma boa alimentação durante a gestação previne a mãe de patologias que podem aparecer a longo prazo. “Cientificamente sabe-se que muitas doenças crônico-degenerativas se iniciam no interior do útero. Existe um termo médico chamado programming que mostra evidências clinicas da desnutrição ou da super-alimentação durante o período gestacional, gerando doenças no adulto”, afirma.
O consumo de calorias, vitaminas e minerais deve ser maior entre as mulheres grávidas. Para que o peso não ultrapasse a normalidade, o acréscimo de energia deve ser de apenas 300 Kcal diárias (na média), o que corresponde a dois copos de leite desnatado. "Durante a gestação é preciso encontrar um equilíbrio. Alimentos que são fontes de açúcar, bem como óleos e gorduras, devem ser ingeridos moderadamente. O excesso de sal e de alimentos indigestos como pepino, pimentão, melancia, pimenta, entre outros, devem se evitados. Café e bebidas alcoólicas também não devem ser consumidos", ressalta o médico nutrólogo.
Para que esse aumento de calorias seja atingido, a gestante deve fazer de seis a oito refeições por dia, dando preferência ao consumo de frutas, legumes e verduras, de acordo com o presidente da ABRAN. Um jejum prolongado favorece a formação de corpos cetônicos, as substâncias químicas produzidas pela decomposição das gorduras, quando constituem o único substrato energético da gestante e que pode causar efeitos deletérios para o feto.
No período de formação do bebê, o corpo da mãe utiliza uma parte de líquidos e energia oriundos da alimentação que ajudam no crescimento e na manutenção dos artifícios que protegem o feto, como a placenta e o líquido amniótico. A outra parte da energia fica retida em forma de gordura, localizando-se no abdômen, costas e coxas, sendo utilizada no decorrer da gravidez e do aleitamento. Porém, caso haja um exagero no consumo de calorias, a energia ficará armazenada como gordura localizada.

"A gestante não deve nem pensar em perder peso por estar insatisfeita com os quilinhos a mais, já que as deficiências nutricionais podem interferir na formação e no crescimento do bebê. Todas as vitaminas são importantes no período em que o feto está em desenvolvimento. O ácido fólico, o ferro e o cálcio, por exemplo, são elementos fundamentais para que a gravidez ocorra normalmente”, conclui Dr. Ribas


Os efeitos da cafeína na gravidez


Uma das substâncias que mais se consome no mundo, inclusive pelas gestantes, é a cafeína. A cafeína não é encontrada apenas no café, mas também nos refrigerantes de cola, nos chás, chocolates e algumas medicações.
Como os alimentos que contém a cafeína são bastante consumidos pelas mamães grávidas é importante considerar os efeitos que essa substância traz para mamãe e bebê. Cerca de 95% das mulheres grávidas ingerem cafeína, seja através da alimentação ou através de medicação.
Há evidências de que o alto consumo de cafeína pela mulher durante a gestação pode aumentar as chances de o bebê nascer antes do tempo, com baixo peso e maior risco de aborto.

O que as futuras mamães precisam saber é que o organismo leva de quatro a seis horas para metabolizar a cafeína, isto é, demora quase seis horas para eliminar os efeitos da cafeína no corpo.
Já a mulher grávida leva 18 horas para fazer o mesmo.
Há mais fatores que levam especialistas a serem contra o consumo de cafeína durante a gravidez. A cafeína pode atravessar facilmente a barreira placentária e influenciar no crescimento e desenvolvimento das células fetais, comprometer o suplemento fetal de oxigênio e alterar as instruções de replicação celular, podendo fazer com que o bebê nasça com anormalidades.
Muita calma nessa hora - Mas as gestantes não precisam ficar de cabelo em pé com medo de o seu bebê nascer antes do tempo ou com alguma alteração já que bebeu algumas xícaras de café, tomou refrigerante de cola no aniversário da amiga.
Segundo estudo da nutricionista Rita Adriana Gomes de Souza, o consumo de cafeína em doses baixas não traz prejuízos para a gravidez e nem para o desenvolvimento do bebê.
A Agência de Classificação de Alimentos Inglesa estabelece que uma mulher grávida pode consumir até 300mg de cafeína por dia, o equivalente a quatro xícaras de café solúvel (75 mg de cafeína por xícara) ou três de café fresco (100 mg por xícara) ou seis xícaras de chá (50 mg cada uma) ou oito latas de refrigerante ou 400 gramas de chocolate.
Contudo, sempre consulte o seu médico para que o consumo da cafeína não prejudique sua gravidez e o seu bebê.

Dicas
Antes de engravidar já diminua o consumo de cafeína para se acostumar com a menor quantidade diária e não prejudicar o desenvolvimento do bebê.
Antes de satisfazer os seus desejos, lembre-se no serzinho que está se formando dentro de você.
O ideal é conversar muito com o médico de confiança e saber qual a opinião dele sobre o consumo da cafeína.


Os desejos alimentares de uma mulher grávida

Bateu aquela vontade de comer torta de jaca com mortadela polvilhada com queijo parmesão na madrugada chuvosa. Muito fácil saber de quem é esse desejo tão inusitado: uma mulher grávida.
É assim que as futuras mamães são lembradas quando o assunto é desejo. Esquisitices no meio da madrugada. E coitado do marido que não satisfazer os desejos da sua mulher. O filho poderá nascer com a aparência do alimento desejado ou com alguma característica que lembre o desejo não satisfeito. Já imaginou seu filho com cara de mortadela?

Grande parte das pessoas acha que é um mero capricho da mulher grávida, mas há fatores que podem determinar os desejos das gestantes em relação a essas esquisitices. Isso acontece geralmente no início da gestação, mas pode durar mais.
Muitos elementos da gravidez podem gerar a vontade por comidas estranhas. A maioria das vontades tem como causa fatores hormonais. As alterações dos hormônios que no início causam o enjôo podem desencadear os desejos esquisitos.
Os hormônios prolactina e progesterona são os maiores responsáveis pela alteração do apetite e a mudança do ph da boca, levando a gestante comer alimentos que antes não gostava, não mais comer suas comidas preferidas ou mesmo os alimentos com sabores estranhos. Que coisa doida!
Outros especialistas relatam que carências nutricionais levam o cérebro da gestante a procurar alimentos que contenham os nutrientes que possam estar em falta no organismo da mulher e que o bebê que está se formando pode precisar para seu pleno desenvolvimento. Por isso das misturas estranhas protagonizadas pelas gestantes.

Carinho redobrado à mamãe - Há ainda o fator de insegurança e carência que a mulher grávida sente durante o período gestacional. A futura mamãe quer atenção sempre, principalmente do seu companheiro. A sensibilidade está à flor da pele, a mulher se sente feia e gorda, precisando do carinho de quem está a sua volta.
Essa sensibilidade provoca o desejo estranho da gestante e põe “à prova” a atenção do companheiro que tem que se desdobrar para realizar o desejo da amada. Assim, a futura mamãe se sente mais segura já que seu companheiro fez de tudo para satisfazê-la. Coisas da gravidez.
E um último fator que pode desencadear os desejos da mulher grávida é que comer libera substâncias no organismo que dão prazer e melhoram o humor. Só cuidado para não engordar mais do que deve, o ideal são cerca de 12 quilos para não afetar a saúde da mamãe e do bebê.
Caso o desejo não seja satisfeito, não tem problema algum. O bebê não nascerá com a aparência do alimento desejado ou com alguma característica que lembre. O desejo não satisfeito não afetará a saúde do bebê que está se formando.
O bom é procurar um nutricionista para que a preocupação com alguma carência nutricional seja zerada e um pré-natal realizado direitinho acabará com as dúvidas. Assim, um bom cafuné, carinho, atenção e uma palavra de conforto poderão saciar o desejo da futura mamãe.

Dicas
Cuidado com as calorias extras dos desejos. A gestante não deve comer por dois, como se fala, e sim, fazer uma alimentação balanceada sem regime.
Antes de pedir o desejo estranho, verifique se não é uma forma de chamar a atenção. Se for, peça mais carinho ao seu companheiro.
Seu bebê não vai nascer com cara de morango se o seu desejo por morango com chantilly em plena noite de tempestade não for realizado.

O perigo da obesidade para as futuras mamães

A fome pode estar ligada a alterações psicológicas e emocionais
A gravidez é um momento delicado e requer cuidados especiais, principalmente quando o assunto é a alimentação que, nessa fase, tem relação direta com a saúde da mãe e a do bebê, tanto na vida intra-uterina como no futuro. A obesidade na gravidez é um problema comum e perigoso. Cerca de 45% das mulheres obesas no mundo ganharam peso após a gravidez.
Para a psicóloga e criadora do método de emagrecimento Forma Leve, Yara Daros, a fome não é apenas uma necessidade fisiológica e também pode estar associada a alterações psicológicas e emocionais, como períodos de ansiedade e fragilidade, que podem levar à compulsão alimentar.

Segundo o RDI (Recommended Dietary Intakes), tabela com as recomendações universais sobre alimentação, gestantes a partir do terceiro mês de gravidez devem ingerir apenas 300 calorias a mais do que o normal, totalizando 2.800 calorias por dia. Considera-se que as gestantes de baixo peso ganham em torno de 15 kg; as de peso adequado, entre 10 a 12 kg; e as com sobrepeso ou obesas, entre 6kg e 7kg.
"Ganhar peso excessivamente no período gestacional ou iniciar esse período com sobrepeso ou obesidade são fatores de risco para complicações como diabetes, hipertensão e pré-eclâmpsia, principalmente no final da gestação. Esses males são duas a seis vezes mais comuns em mulheres com excesso de peso" ressalta Yara.

A obesidade durante a gestação também está associada ao maior índice de mortalidade dos recém-nascidos, principalmente no período perinatal, além do nascimento de crianças com defeito no tubo neural, estrutura que dá origem ao cérebro e à medula. A média de peso dos bebês também é maior que o normal, o que pode provocar riscos obstétricos durante o parto, contribuindo para a maior taxa de cesáreas.
"As mulheres que ganham muito peso durante a gravidez têm hábitos alimentares ruins e que, possivelmente, continuam depois do nascimento do bebê. Para as que iniciam a gravidez com sobrepeso ou obesidade, nenhum aumento calórico é recomendado", explica Yara. Ela complementa que, no entanto, o período de gestação não é o mais adequado para perder peso e é fundamental que a gestante com sobrepeso receba orientação alimentar adequada para não colocar a sua vida e de seu bebê em risco.

Dicas para uma gravidez saudável:

  • Beba água constantemente, de 1,5 a 2 litros por dia.
  • Consuma pelo menos três frutas por dia, além de legumes e verduras no almoço e jantar. Esses alimentos são ricos em fibras, que previnem a prisão de ventre, muito comum na gestação.
  • Fracione as refeições em seis a oito vezes ao dia, com pequenas quantidades, e mastigue devagar. Consuma alimentos com baixo teor de gordura e evite ingerir líquidos durante as refeições, para facilitar a digestão e evitar azia.
  • A carne é muito importante nesse período, por ser rica em ferro e proteínas. O ferro pode ser melhor absorvido se consumido com frutas ricas em vitamina C, como kiwi, laranja, limão, acerola, tangerina e abacaxi.
  • A amamentação é a grande fonte de perda de peso para a grávida. A mulher que amamenta perde de 400 a 500 calorias por dia. Isso equivale à quantidade de calorias perdidas em mais de uma hora de exercícios aeróbicos.

14 de mai. de 2009

GUIA SOBRE GRAVIDEZ

Gravidez: a lista completa de exames

Conheça os procedimentos obrigatórios e os extras

O resultado positivo confirmando a gravidez é o primeiro de uma série de exames até o parto. Há os testes de rotina, que todas as gestantes devem fazer, e os específicos, que investigam malformações ou doenças congênitas, geralmente recomendados para mulheres acima dos 35 anos, com histórico familiar de doenças genéticas ou problemas de saúde, como diabete e hipertensão.

Além das avaliações clínicas, é por meio deles que você vai saber se o seu bebê está se desenvolvendo bem. Confira os exames básicos, aqueles que devem ser feitos em casos específicos e os que a grávida pode optar por fazer ou não.

Para todas as gestantes

Sangue, urina e fezes
Quando a gravidez é constatada, faz-se uma espécie de check-up para ver como está a saúde da mãe. Além do hemograma e glicemia de jejum, avalia-se o tipo sanguíneo, fator Rh, presença do vírus da aids e de anticorpos que indicam se a mãe já teve doenças que durante a gravidez podem comprometer a formação do bebê, como rubéola, hepatite B, citomegalovírus, toxoplasmose e sífilis.
Exames de urina e de fezes detectam infecções urinárias e parasitoses.
Ultra-sonografias Normalmente são feitas quatro ultra-sonografias durante os nove meses.
No primeiro trimestre da gravidez, o exame checa o número de embriões e sua localização — se estão dentro do útero e não nas trompas.
Entre a 12ª semana e a 14ª semana, calcula, além do desenvolvimento, o tamanho da nuca do bebê (translucência nucal) e a medida do osso nasal, parâmetros que indicam o risco de síndrome de Down. Como em 25% dos casos a translucência pode resultar em falso negativo, alguns obstetras pedem um exame de sangue específico para identificar o problema.
Na 20ª semana, é a vez do ultra-som morfológico, que analisa a anatomia do feto e mede o tamanho dos ossos e dos órgãos. O exame diagnostica 90% das malformações. Quando há suspeita de anomalias, confirma-se o diagnóstico com o ultra-som 3D, que fornece imagens tridimensionais. Quando necessário.
Entre a 32ª semana e a 35ª,mais um ultra-som, agora associado à Doppler velocimetria, avalia a circulação do sangue materno para a placenta e desta para o bebê. Esse exame pode ser indicado durante toda a gestação para mães hipertensas ou com doença que impede o bom funcionamento da placenta.
Teste de diabete gestacional Por volta da 24ª semana, faz-se um exame de sangue para avaliar o nível de glicose no sangue. Se o resultado der alterado, recomenda-se um exame mais completo, com sobrecarga de açucar.
Cultura da secreção vaginal Esse exame, feito por volta da 35ª semana, começa a se tornar rotina na prevenção de infecções neonatais. A cultura de material coletado do colo do útero aponta a presença ou não de estreptococos no canal de parto. Se a bactéria não for eliminada, o bebê pode ser contaminado no nascimento.

Em casos especiais

Biópsia vilocorial (12ª semana)

Por meio da coleta de tecido da placenta, com uma agulha fina introduzida na barriga, esse exame detecta malformações de causa genética.

Amniocentese (15ª à 20ª semana)
Investiga doenças genéticas, como a síndrome de Down, por meio da coleta do líquido amniótico. O resultado demora de 10 a 20 dias, mas uma parte do líquido retirado pode ser submetido ao exame de Fish, uma técnica que acelera o resultado. Em 72 horas, é possível avaliar as cinco principais doenças cromossômicas, responsáveis por 95% dos problemas.

Ecocardiografia (a partir da 20ª semana)
Checa o coração do bebê, quando a gestante tem histórico de problemas cardíacos ou quando há suspeita de malformação cardíaca.

Cardiotocografia (depois da 26ª semana)
Confere oscilações na freqüência cardíaca do feto para saber se o bebê está em sofrimento. Na reta final da gravidez, é o exame utilizado para observar a regularidade das contrações uterinas,que provocam aceleração dos batimentos cardíacos no bebê.

Perfil biofísico fetal (a partir da 26ª semana)
Averigua o comportamento e a vitalidade do bebê pela ultra-sonografia em gestações de risco, como diabete e hipertensão, que podem comprometer o desenvolvimento da placenta.

Curiosos demais
O exame de sangue PCR (Polymerase Chain Reaction), que identifica fragmentos do cromossomo Y no sangue materno, desvenda o mistério do sexo do bebê a partir da 6a semana (a margem de erro é de 1%). É bem antes do sexo provavelmente ser revelado pelo segundo ou terceiro ultrasom. Segundo especialistas, em apenas 0,01% dos casos o PCR é realizado por indicação médica, quando existe a possibilidade de doenças ligadas ao desenvolvimento do bebê.


5 coisas sobre o sono na gravidez

As principais dúvidas das gestantes sobre o sono durante os nove meses

1. CADA UM COM SEU SONO:
A tendência é que você se sinta mais sonolenta graças à queda de pressão, natural no período. Mas isso varia de caso para caso. Quem sofre com insônia pode se beneficiar na gravidez.

2. PROFUNDIDADE:
O número de horas que você dorme pode ser irrelevante se o estágio de sono profundo não for atingido. Para tanto, é preciso ter um sono tranquilo, sem interrupções.

3. ALIMENTAÇÃO:
Estômago e intestino ficam mais preguiçosos durante a gestação. Você dormirá melhor se optar por refeições leves à noite.

4. POSIÇÃO DELICADA:
No início da gestação, durma como preferir. Quando a barriga crescer, opte por dormir virada para o lado esquerdo, pois isso favorece a oxigenação do bebê.

5. ELE FICA ACORDADO:
É comum que o feto se mexa enquanto você dorme. Durante o sono, o ambiente intrauterino fica melhor para ele se desenvolver, graças aos hormônios que você libera.

5 maneiras de preparar o seio para a amamentação

Especialistas lembram que não há comprovação científica sobre o sucesso das recomendações

· Sempre que possível, tome banho de sol nas mamas, por até 15 minutos, no horário das 8h às 10h. · Opte por sutiãs de algodão: são mais higiênicos e deixam a região mais ventilada. · Passe uma bucha vegetal nos seios enquanto toma banho, para estimular os mamilos. · Se o seio rachar durante a gravidez, use vaselina pura ou produtos à base de lanolina. · Conchas de amamentação ajudam a estimular o bico durante a gravidez.


Gravidez: Ácido fólico previne parto prematuro

Um estudo mostra que mulheres que tomam suplemento vitamínico de folato um ano antes de engravidar ou mais reduzem a chance de ter o bebê antes da hora

As mulheres que pretendem engravidar já sabem que é preciso tomar ácido fólico pelo menos três meses antes da concepção - e continuar durante o primeiro trimestre da gravidez. Um novo estudo revela que o suplemento pode reduzir o risco de parto prematuro se for usado um ano antes ou mais.
Pesquisadores da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, analisaram cerca de 35 mil grávidas matriculadas em um estudo para investigar síndrome de Down. E o resultado sugeriu que aquelas que tomaram o suplemento de ácido fólico por um tempo maior tinham 70% menos risco de ter parto prematuro entre a 20a e 28a semana e 50% menos chance de o bebê nascer entre a 28a e a 32a. semana.
Segundo dados do estudo, uma possível explicação é que a duração da gravidez reflita condições dos primeiros estágios da gestação ou até mesmo antes da concepção.


Por que tomar ácido fólico?

Já está comprovado que o folato (ácido fólico), uma vitamina do complexo B, é fundamental para que a coluna do bebê se desenvolva corretamente, evitando defeitos do tubo neural, como falha no desenvolvimento do cérebro e medula espinhal.
Como essa etapa acontece durante as primeiras quatro semanas da gestação, os especialistas recomendam um suplemento de ácido fólico pelo menos três meses antes da concepção, e até a 12a. semana da gravidez. Isso porque, embora alguns alimentos -- como vegetais de folhas verde-escuras, frutas e grãos (feijões) -- tenham essa vitamina, a quantidade não é suficiente.
Outra sugestão dos médicos é que todas as mulheres em idade fértil tomem 400 mcg (microgramas) de ácido fólico todos os dias. Converse com seu médico sobre essa orientação.

Corrimento na gravidez

A ginecologista e obstetra Carolina Carvalho responde a dúvidas sobre o assunto

Carolina Carvalho Ambrogini ginecologista e obstetra da Universidade Federal de São Paulo
Corrimento é comum durante a gestação, mas você precisa tratá-lo porque pode oferecer risco à sua saúde.
Corrimento na gestação é normal?
Sim, mas antes precisamos diferenciar secreção de corrimento. A secreção aumenta na gravidez, tem cor esbranquiçada ou transparente e não causa irritação. O corrimento é decorrente de uma infecção por fungo ou bactéria, causa coceira e tem cor de nata de leite (um branco mais forte) ou amarelo. O mais comum é a vaginose bacteriana, que se prolifera por alteração do pH. Tem cheiro forte, como o de peixe cru, e é amarelado.

Qual deve ser o tratamento?
Em alguns casos, indicamos creme vaginal e antibióticos permitidos para grávidas (a mulher não pode tomar os comprimidos comuns). Ela deve usar calcinha de algodão (para garantir melhor transpiração local) e evitar roupas apertadas: fungos e bactérias adoram locais úmidos e quentes.

Sem cuidados, o que pode ocorrer?
Pode causar desde ruptura da bolsa, parto prematuro até infecção no pós-parto. A grávida precisa se cuidar.

16 de fev. de 2009

O desenvolvimento da sexualidade - Parte 2

Olhar, tocar o sexo dos amigos, masturbar-se, beijar colegas, brincar de médico. Esses comportamentos só indicam que a sexualidade do seu filho está se desenvolvendo de maneira saudável.

As principais dúvidas, dos pais, para falar de sexo com os filhos.
Eles perguntam, mas quem tem dúvidas são vocês. Descobrimos as principais e contamos como dialogar com as crianças sem susto.


Se você acha que já resolveu todos os seus problemas sexuais, espere até ouvir a primeira pergunta do seu filho sobre o assunto. Ela geralmente chega a seco, sem nenhuma preliminar. A sociedade atual oferece estímulos para gerar curiosidade sobre tudo, incluindo sexo. "Criamos nossos filhos para terem autonomia, voz própria. Eles são espontâneos porque têm espaço para perguntar", diz a educadora sexual Maria Helena Vilela.

Cada um tem sua forma de lidar com o tema, uns mais naturalmente, outros mais tolhidos. Não importa qual a sua, mas fale sempre a verdade, colocando o ponto final na frase conforme a capacidade de entendimento do seu filho. A seguir, você encontrará respostas para perguntas e situações típicas da infância. É a nossa ajuda para os pais sobreviverem ao desenvolvimento sexual dos filhos.

1 - Minha filha nos pegou namorando. Estávamos só nos beijando e ela gritou: "Credo, vocês não têm nojo?"
É hora de explicar a ela que o ato parece esquisito à primeira vista, mas é uma das melhores coisas da vida. E que, se for quem a gente gosta, nunca será nojento, e sim muito gostoso. Lembre-se de que ela pode ter pensado em nojo, mas também pode ter apenas sentido ciúme de os pais estarem juntos sem ela.

2 - Meu filho gosta de mexer no pênis. Faz isso em qualquer lugar, desde que sinta vontade. Como dizer a ele que não dá para fazer isso na frente dos outros?
Ok, a situação é constrangedora, principalmente quando acontece na frente de pessoas não tão íntimas. Fazer alarde só incentivará o ato. Respire fundo e explique que, sim, as pessoas gostam de se tocar nessa parte do corpo porque dá uma sensação gostosa. Mas que se trata de algo muito particular e existe local certo para fazer isso, sozinho, e não na frente dos outros.

3 - De namorado, igual na novela. É assim que meu filho quer que sejam os meus beijos!
Não. Seja direta desde sempre: esse tipo de beijo só no papai. Diga que um dia ele terá uma namorada e vai beijá-la assim também. Dessa forma, você impede a idealização do amor pela mãe e deixa claro quais os papéis de pais e filhos. Cada um, cada um.

4 - Tomar banho comigo vai fazer meu filho se interessar por sexo mais cedo?
Crianças não funcionam assim. Tomar banho com um adulto não desperta vontade nele de ter relações sexuais, mas aumenta a curiosidade em relação às transformações corporais de meninas e meninos. Aí é o momento de você explicar que algumas mudanças hormonais vão ocorrer no corpo dele para prepará-lo para a idade adulta. Vale usar até desenhos didáticos para isso. Além de uma conversa divertida, o diálogo vai aplacar o interesse dele.

5 - Minha sobrinha, de 7 anos, está apaixonada pelo amiguinho de classe. E me perguntou que gosto tem um beijo! Devo me preocupar?
Calma. É muito comum ouvir crianças dessa idade dizendo que namoram, mas geralmente é apenas uma paixão platônica, sem atos concretos. Responda a verdade sobre o beijo, sem estender o assunto ou entrar em detalhes. Não valorize sentimentos e sensações aos quais ela não está preparada para ter. Isso pode estimular uma sexualidade precoce.

6 - Com apenas 5 anos, minha filha tem vergonha de ficar só de calcinha na piscina ou em casa. Isso é sinal de que a sexualidade já aflorou?
Não é para tanto. Mas respeite os limites dela, sem impor sua vontade. A atitude da menina pode ser sinal de que em algum momento os pais demonstraram a ela que não era legal ficar de calcinha. Então, pense no que já falou para ela. Por outro lado, crianças repetem nossos comportamentos e não é comum ver adultos desfilando de calcinha por aí, não é?

7 - Durante um capítulo da novela, a personagem disse que queria fazer um papai-e-mamãe. Minha filha me perguntou o que era isso...
É. Essas passadas na frente da televisão na hora da novela sempre causam rebuliço. Mas lembre-se de que, quando uma criança faz uma pergunta relacionada à sexualidade, precisamos tentar responder dentro do universo verbal dela, exatamente o que perguntou, sem ir além do necessário. Se é uma criança de 5 ou 6 anos, por exemplo, diga simplesmente que essa é uma maneira de namorar. Nessa idade, eles não têm conceitos específicos sobre sexualidade. Com uma criança mais velha, a resposta pode ser um pouco mais elaborada, revelando que se trata de uma forma de transar.

8 - Quando troco as fraldas de minha filha, de 1 ano, ela gosta de mexer na vagina e às vezes coloca um brinquedo no meio das pernas. Por que ela faz isso?
É muito simples. Ela faz isso porque está descobrindo que a região pélvica traz sensações gostosas. E isso acontece sem maldade ou malícia. É o início da descoberta de seu corpo. Essa etapa é natural. A criança vê o toque genital como algo que traz sensações muito boas, assim como qualquer outra região do corpo. Para ela, daria no mesmo mexer na orelha ou no cotovelo, por exemplo.

9 - Flagrei um garoto de 3 anos mostrando o pênis à minha filha. Fiquei estática!
Não é para menos! Ninguém imagina passar por isso na vida. É natural eles tentarem descobrir as diferenças corporais entre meninas e meninos. Mas crianças depois dos 5 anos merecem mais supervisão dos pais até para não se machucarem nessa exploração. O ato não é sinônimo de sexualidade precoce e, sim, de auto-conhecimento. Agora, se você não sabe lidar com isso, invente outra brincadeira para eles.

10 - Sempre tomei banho com a minha filha. Agora, com 6 anos, começou a observar mais e brincar, dizendo que quer mamar no meu peito. Não sei como agir.
Ninguém disse que iria ser fácil ter filhos, não é? É normal nessa idade eles ficarem mais atentos e curiosos em relação às mudanças corporais. Não corra o risco de reprimir o seu filho, trate o assunto com naturalidade. Mostre seu corpo, deixe-a tocar e conte que quando crescer também será assim. Mas coloque um limite, ok? Explique que ela não é mais bebê e por isso não pode mamar no peito.

11 - Tomei bronca da professora da minha filha, de 5 anos, porque ela levou uma camisinha que achou no meu quarto para a escola. E ficou brincando de bexiga!
Primeiro, trate de guardar as camisinhas em um lugar mais escondido. Assim você não gera uma curiosidade precoce. Nesse caso, parece que sua filha nem sabia a real finalidade do preservativo nem questionou sobre isso – quis apenas se divertir. Não se preocupe, nessa idade não existe malícia alguma. Mas vale checar se a escola tratou o assunto da mesma maneira como você trata.

12 - Durante o banho, meu filho, de 6 anos, fica com o pênis ereto. Ele quer uma explicação.
Simples: diga a ele que isso acontece algumas vezes com os meninos e é natural. Só dê continuidade ao assunto se ele perguntar mais. A resposta deve ter o tamanho proporcional à curiosidade dele. Quanto a você, não se preocupe porque faz parte do autoconhecimento.

13 - Minha filha perguntou por que fecho a porta do quarto à noite. O que respondo?
Que tal a verdade? Isso mesmo, que vocês vão ficar juntos, sozinhos. E que casais precisam de privacidade para namorar, matar a saudade. Da mesma forma quando ela vai para o quarto dela ouvir música ou fazer lição de casa e prefere ficar sozinha. Acostume sua filha com a idéia de que os pais também são gente, namoram, têm direito à privacidade, têm uma vida só deles.

14 - No café-da-manhã, meu filho comentou que o primo mais velho transou com a namorada. Será que ele tem noção do que falou?
Nem sempre a criança sabe o significado do que fala. Às vezes, está apenas repetindo um termo que não entende. Se você nunca explicou o que é transar para o seu filho, pergunte se ele sabe o que é – mas esteja preparado para a resposta porque o garoto pode realmente saber a verdade e você tomar um susto. Escute, complete informações se for necessário ou, se notar que ele não sabe de nada, diga apenas que é um tipo de carinho feito quando se é adulto.

15 – Não tenho a menor idéia de como chamar os órgãos genitais do meu filho!
Cuidado, a criatividade para denominar as partes íntimas é espantosa! Não invente muita moda. Se quiser dar algum apelido, dê. Mas fale, em seguida, os nomes científicos para a criança saber que pênis é pênis e vagina é vagina, e não algo como periquitinha.

16 - Às vezes, percebo que minha filha, de 9 anos, quer privacidade, vai para o quarto com amiguinhos e amiguinhas e acho que a brincadeira pode resultar em algo mais apimentado. É o caso de proibir?
A verdade – difícil de assimilar – é que esse tipo de brincadeira vai acontecer na escola, na sua casa ou mesmo na casa da amiga. A curiosidade existe e as crianças vão tentar descobrir o que podem. Por outro lado, ela também tem direito a um pouco de privacidade. Proibi-la de ficar sozinha com os amigos só vai causar mais confusão. Supervisione de longe, combinando, por exemplo, que a porta ficará entreaberta e você entrará lá de vez em quando. Se você oferecer atividades legais quando os amigos forem em casa, esses momentos nem vão existir.

17 - Meu filho quer tomar banho com a amiguinha depois da piscina. Deixo?
Acredite: nada de nocivo pode acontecer entre eles. Se são da mesma idade, podem até matar curiosidades sobre o próprio corpo, sem malícia. Se quiser, fique por perto. Mas tudo tem de ser natural para você. Se acha que não consegue lidar com a situação, o melhor a fazer é não deixar que tomem banho juntos. Proíba se as idades forem muito diferentes.

18 - Minha filha tem 8 anos e está super-interessada em tudo que envolve namoros. Como agir?
Fugir do assunto vai criar ainda mais expectativa na criança. Responda a tudo com a naturalidade que você conseguir, mas diga a todo momento que ela ainda é muito nova para namorar.

Site pesquisado:

30 de jan. de 2009

O desenvolvimento da sexualidade

Olhar, tocar o sexo dos amigos, masturbar-se, beijar colegas, brincar de médico. Esses comportamentos só indicam que a sexualidade do seu filho está se desenvolvendo de maneira saudável

A atual geração de pais considera-se mais bem resolvida sexualmente do que as anteriores. Até flagrar o filho de apenas 3 anos se masturbando. Alguns ficam perdidos, sem saber o que fazer. Outros simplesmente ignoram. Na sexualidade da criança não há erotismo nem malícia, que surgem por volta dos 8, 10 anos. Ela faz parte da aventura de descobrir o corpo – tanto o dela quanto o dos outros. "Essa curiosidade indica um desenvolvimento sadio", diz a psicanalista Maria Cecília Pereira da Silva.

Mesmo assim, acompanhar esse desenvolvimento não é tão fácil quanto ver o filho dar os primeiros passos. "A sexualidade é embaraçosa porque é repleta de preconceitos. Os adultos tendem a pensar em sexo como coisa de gente grande. As crianças brincam com sua curiosidade sexual", afirma a psicanalista.


Um início suave
No primeiro ano de vida, as manifestações sexuais ainda não arrepiam os pais. É que o centro das percepções sensitivas e de prazer dos bebês está na boca. No entanto, por conta dessas sensações, lembra a sexóloga e terapeuta Rosenilda Moura da Silva, "os meninos já têm ereções e as meninas, embora seja difícil ver, lubrificação vaginal". A causa da excitação, acreditam pesquisadores, são os contatos físicos, como a amamentação e os carinhos, e as descobertas que o bebê faz com o próprio corpo, como levar as mãos e os pés à boca ou explorar os órgãos genitais – "algo natural que não deve ser reprimido pelos pais", diz a psicóloga Fernanda Roche.


A fase "punk"
É o período entre os 2 e os 6 anos. A falta de pudor, própria da idade, leva a criança a andar e correr pelada pela casa. Algumas se mostram nuas para as visitas. O exibicionismo é diversão para elas. A retirada da fralda faz a criança perceber que é capaz de controlar o esfíncter (músculo envolvido na evacuação). O movimento é prazeroso para ela e estimula a exploração sexual. "Isso, em geral, ocorre por acaso. A criança encosta um brinquedo na vulva ou no pênis e pronto. Está descoberta a chave para a masturbação", diz a sexóloga Rosenilda. Haja jogo de cintura. Os adultos precisam explicar ao filho que a masturbação é um ato íntimo e deve ser feita num lugar reservado. Se for compulsiva, ou seja, a criança deixa de fazer outras coisas, os pais devem buscar orientação de um profissional. "O filho pode estar compensando, por exemplo, a falta de contato físico, de carinho, abraço, atenção", afirma a psicóloga Fernanda Roche. Ela lembra que entre 3 e 6 anos a criança aprende que pode expressar ou disfarçar seus sentimentos. A escolha está ligada às reações dos outros.

Jogos íntimos
Se a masturbação incomoda os pais, é melhor estarem preparados para o que vem a seguir, após os 3 anos. Além de adorar ficar pelada, a criança passa a ter uma desinibida curiosidade por corpos – o seu e o dos outros. Se houver chance, vai tocar, espiar e apertar qualquer parente ou amiguinho. Na escola, pode eleger um amigo, mostrar-lhe o sexo e querer ver o dele. "Os pequenos se apalpam, se lambem, se tocam, por pura curiosidade.
Também porque é excitante descobrir o que o corpinho do outro esconde", diz a psicopedagoga Cláudia Maria de Morais Souza. A atitude é chamada de jogos sexuais. "Não existem atração sexual nem conotação erótica ou malícia", afirma a sexóloga Rosenilda.

A curiosidade deixa os pais de cabelos em pé. "Alguns questionam se a pegação e as lambidelas levam ao orgasmo", diz a psicopedagoga Cláudia Maria. Apesar de reações parecidas terem sido observadas em crianças, nessa fase elas ainda não fazem explorações sexuais para atingir o orgasmo, mas já estão aprendendo a tirar sensações do corpo. Mas cuidado! "Essas brincadeiras devem ser entre crianças da mesma idade. Se a diferença for igual ou maior a quatro anos é preciso prestar mais atenção porque pode ocorrer abuso sexual", alerta a sexóloga Rosenilda.

Os jogos sexuais instigam as crianças a brincar de médico e a se questionar sobre suas diferenças anatômicas. Meninos e meninas experimentam até fazer xixi em posições trocadas. Os pais podem deixar, pois faz parte das descobertas. A partir dos 3 anos, as crianças também demonstram curiosidade sobre a origem da vida. Questionam como os bebês entram e saem da barriga da mãe. É preciso sinceridade e explicações curtas.


Seu filho pode imitar cenas vistas na TV
"Se a família costuma dar selinho no filho, os pais devem deixar claro que só o pai e mãe podem beijá-lo na boca", lembra Rosenilda. Mas essas bitoquinhas são polêmicas. Educadores dizem que, para a defesa da criança contra abuso sexual, a orientação deve ser outra. Que é preciso explicar ao filho que não é normal adulto beijar na boca de criança. E, se isso acontecer, ela deve contar imediatamente aos pais. Mas, se o beijo for entre crianças da mesma idade, relaxe. "Não é preciso punir. Diga apenas que beijo na boca não é coisa de criança. É uma demonstração de amor e carinho entre adultos", completa a psicóloga Fernanda Roche.


Fim da ingenuidade
A partir dos 6 anos, o interesse sexual da criança diminui. Na fase de alfabetização, ela está mais voltada para o conhecimento, e também entra em cena o pudor. Não quer mais tomar banho com o pai do sexo oposto. É o chamado período de latência, que vai dos 6 aos 10 anos. Os pais agradecem o fim dos exibicionismos. A masturbação, as troquinhas e os beijos entre colegas são menos freqüentes, mas não desaparecem. Aos 8 anos, garotos e garotas desenvolvem o conteúdo erótico. Eles têm ereções ao ver alguém pelado. E elas, lubrificação na vagina. "Isso acontece por conta do desenvolvimento cerebral. Antes dos 8 anos, não há sinapses suficientes para ligar a sexualidade ao erotismo", diz a sexóloga. A conversa entre esses neurônios decreta o "início do fim" da ingenuidade. Chega a puberdade, marcada pela produção de hormônios, mudanças corporais e muita vergonha. Em seguida, a adolescência, período em que os filhos se igualam sexualmente aos adultos.

Muitos pais acham que falar sobre sexo antes da adolescência com os filhos pode antecipar um interesse indevido na criança. Nada disso. "Quanto mais conversarem, mais tranqüilas as crianças ficam", garante a psicóloga Fernanda Roche. Não é preciso levantar a causa. "À medida que os filhos começam a se descobrir, deixe fluir para não virar tabu", aconselha a psicóloga.

Além da anatomia
Apesar das dificuldades, é preciso preparar os filhos para que tenham uma atitude responsável e saudável em relação ao sexo. Para isso, os especialistas aconselham que a educação sexual vá além das lições de anatomia. Que os pais tentem descobrir que sentimentos os filhos têm em relação ao assunto, como vergonha, medo, moralismos. Essa intimidade, por transmitir afeto, tende a aliviar os bloqueios nas conversas sobre sexo entre pais e filhos.

Pererecas e perus
A lista de apelidos dos órgãos genitais é longa e ninguém lembra como eles surgiram. "Como o sexo era relacionado a algo impuro, era pecado dizer os nomes verdadeiros", diz Rosenilda. Por isso os pais não devem trocar o nome dos genitais para a criança, sob o risco de lhe transmitirem preconceitos. Além disso, a criança entre 2 e 4 anos pode fazer associações literais e ficar confusa: a menina, por exemplo, duvidar que uma perereca de verdade se chame perereca; ou o garoto ficar chocado com o peru da ceia do Natal.

27 de jan. de 2009

Mãe e bebê: a importância da interação



Pesquisa comprova: crianças que recebem estímulos maternos no primeiro ano de vida têm menos chance de ter problemas de comportamento no futuro

Você já parou para pensar no quanto seu filho aprende no primeiro ano de vida?
E no quanto o papel da mãe é fundamental nessa etapa?

Isso é o que comprova um estudo elaborado por Benjamin Lahey e sua equipe da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.

A pesquisa, que analisou 1.800 crianças, sugere que a maneira como as mães interagem com os bebês até 1 ano de idade interfere no comportamento da criança entre 4 e 13 anos. Os cientistas avaliaram as reações das crianças em vários tipos de atividades e os estímulos que recebiam da mãe. O resultado indicou que, aquelas estimuladas no primeiro ano de vida, apresentam baixo risco de ter problemas de comportamento, como bullying, mentiras, desobediência, entre outros. Há quem pense que a criança não aprende nada quando ainda não tem 1 ano de vida.

“O enorme trabalho neurológico e químico que um bebê faz nos primeiros 12 meses não acontecerá dessa maneira em nenhuma outra fase de sua vida”, diz Rita Calegari, chefe do setor de Psicologia do Hospital São Camilo.
Aquele bebê, que parece não interagir com os pais nos primeiros dias, logo começa a reconhecer as pessoas, a falar, andar e mexer em objetos. Todo o aprendizado nessa etapa se refletirá na sua forma de se relacionar com o mundo. E os cuidados maternos, cujos estímulos vão desde uma troca de fralda ou da amamentação, por exemplo, vão definir seus valores, caráter, nível de tolerância.

“A mãe precisa suprir as necessidades da criança o suficiente e entender também que o exagero é tão nocivo quanto a falta de cuidado”, diz Rita. A psicóloga enfatiza que, atender aos desejos das crianças de maneira equilibrada, permite educá-las mais felizes, satisfeitas e menos ansiosas. Por outro lado, aquelas que sofrem violência física no dia-a-dia carregarão essa atitude como um valor. Esse carinho tem de estar presente também na pessoa que fica com a criança enquanto os pais estão trabalhando.

“É preciso que, muito mais do que os cuidados básicos, como dar banho ou a papinha na hora certa, a criança seja estimulada mesmo longe dos olhos dos pais, seja com uma música, um brinquedo ou um banho de sol”, completa a especialista.

26 de jan. de 2009

O recheio da fralda

Cocô também é sinal de boa saúde. Ficar de olho nele pode não ser agradável, mas importante.

Uma das últimas preocupações da administradora de empresas Heneida Lima, de 28 anos, era olhar o conteúdo da fralda do filho quando ele era recém-nascido. O sossego dela mudou logo na primeira consulta do bebê ao pediatra. "O médico perguntou como era o cocô do Gabriel. Não sabia o que responder porque limpava o bumbum dele, mas não me preocupava em esmiuçar", lembra.

A observação dessa matéria-prima não é nada gratificante, mas precisa ser vista porque também é um indicativo de saúde. "Malformações intestinais e alergias modificam a consistência do cocô e a presença de sangue necessita investigação", explica a pediatra Liliane Maria Abreu Paiva. Receosa que estivesse sendo negligente nos cuidados com o filho, Heneida ficou mais observadora. Ficava intrigada quando apareciam "uns negócios estranhos parecidos com leite coalhado". "São grumos, pequenos pedaços de leite talhado, eliminados enquanto o bebê mama no seio", explica o pediatra Carlos Alberto Landi, do Hospital Samaritano. Quando a criança entra no mundo das papas doces e salgadas, a flora intestinal muda, deixando as fezes mais pastosas, mais escuras e com cheirinho. Heneida comprovou toda essa transformação e se surpreendeu com a quantidade. "No segundo dia de papa, Gabriel colocou o mundo nas fraldas. Liguei para o pediatra e perguntei se era normal. Ele respondeu que o volume poderia variar e não era para me preocupar", lembra a mãe.

Diarréia ou prisão de ventre

Ao contrário de Heneida, as mães de primeira viagem costumam ficar de olho no recheio da fralda de seus bebês. Algumas se assustam com a consistência líquida, presente nos primeiros dias de vida. E acham que o filho está com diarréia. "Quando o recém-nascido começa a ser amamentado, elimina primeiro mecônio, que tem essa aparência", explica Landi. Os sintomas clássicos da diarréia são febre, vômito, cólicas, além das fezes líquidas, e o bebê deve ir ao pediatra. A freqüência com que o filho suja a fralda também é motivo de preocupação.

Alguns fazem várias vezes ao dia. Outros ficam dias sem fazer, e as mães acreditam que é prisão de ventre. "As duas situações são normais", diz Landi. "Se o recém-nascido não estiver com a barriga durinha nem chorando de dor, não há por que se preocupar", completa. Independentemente da consistência e da freqüência, em geral as mães nunca estão satisfeitas com as fezes dos filhos. "Se faz muito é porque faz muito, se faz pouco é porque faz pouco", brinca Landi. O bebê não precisa sujar a fralda todos os dias, mas quando suja não custa nada a mãe dar uma olhadinha para ter certeza de que está tudo bem.

23 de jan. de 2009

Babá, avó ou berçário?

Os filhos nascem e os dilemas começam. Um dos mais difíceis é decidir com quem deixar seu bebê

A licença-maternidade está chegando ao fim. E a mãe precisa decidir com quem vai ficar o bebê. Babá, avó ou berçário?
Os especialistas têm opiniões diferentes sobre a opção ideal, mas concordam em dois pontos. O primeiro é que a mãe deve se preparar para essa separação, também denominada transferência de cuidados, mesmo que por algumas horas, a uma outra pessoa.
O segundo é que, seja qual for a decisão tomada, não precisa ser definitiva.
Ou seja: se não deu certo, pode-se rearranjar tudo.

Com a babá


A resistência à opção babá pode estar relacionada a uma invasão de privacidade. Além disso, a babá tem muita importância, porque é alguém estranho que vai conviver com todos e ser responsável pelos cuidados com o maior bem da família: os filhos. Em muitos casos dá certo. Para a psicóloga Fernanda Roche, uma das maiores dificuldades dessa estranha relação é não compreender que babá é uma profissão e, como tantas outras, exige treinamento e vocação. E ela não substitui ninguém. Está lá para apoiar a família e seguir suas indicações.

A psicóloga Lourdes Brunini acredita que o profissionalismo é a primeira regra mesmo. "Deve saber diferenciar manha de dor, saber se é febre, diarréia, vômito, se está engasgada." E estar disponível em vários sentidos. "Precisa ter paciência e gostar muito do que faz."

PRÓS - É um ser estranho na família e exige certa dose de sorte para dar certo.
Segue o que os pais recomendam. Mantém a rotina da casa. Evita a correria da manhã para sair de casa. Flexibilidade de horário.
CONTRA - É difícil encontrar alguém em que se confia e pode ter hábitos e costumes tão diferentes da família que gerem conflitos.

Com a avó

Assim como a babá, a avó permite à criança viver uma rotina dentro de casa e criar vínculos. "Mas, dependendo do caso, a avó muitas vezes não agüenta mais fisicamente a energia de uma criança", alerta Fernanda Roche. Lourdes Brunini completa. "Há para ela dificuldade em pôr limites e não tem mais o mesmo grau de agilidade. A biologia diz: é tempo de ser avó. Não dá para correr, agachar, etc." Para a psicóloga Maria Grupi, diretora do berçário Ponto Ômega, toda criança tem direito a uma avó. "Daquelas que contam histórias e fazem bolinho de chuva. Não é justo ela ficar se policiando o tempo todo."

Segundo Maria Grupi, a avó encaixa-se em um outro ponto desta conversa: o plano B. "Ela é perfeita para o caso de a criança ficar doente e ter de ficar em casa, por exemplo."

PRÓS – Antigamente era a primeira opção. Mas hoje ou elas não estão em casa porque também trabalham ou moram longe.
É uma pessoa da família, o que pode ser garantia de uma relação de afeto e de educação condizente com o que os pais desejam.
CONTRA - Exige uma relação aberta para não haver tensão no momento de estabelecer limites à criança. Pode não ter mais agilidade de antes.

No berçário

A lista de profissionais de um bom berçário tranqüiliza as mães. Só que, junto, vem outra lista: a dos vírus de mais crianças e mais adultos convivendo no mesmo lugar. Por isso a pediatra Gelsomina Colarusso Bosco avisa: "Mãe que decide colocar no berçário tem de ter cabeça de berçário". Ela precisa estar preparada, pois a criança tende a ficar mais doente, sim, das chamadas doenças das vias aéreas superiores, como otite e amidalite", explica. O que fazer? Ter acompanhamento pediátrico para tomar os cuidados necessários. E, o principal, orientar corretamente os profissionais do berçário e saber perguntar.

PRÓS - Hoje tenta não ter mais a imagem de ser somente um local que fica com a criança, oferecendo os mais diversos serviços.
Existem vários profissionais da área de saúde e pedagogia. Não há problemas com faltas e pode ter os cuidados fiscalizados por alguém o tempo todo.
CONTRA - A criança fica muitas horas fora de casa. Aumentam as chances de adquirir alguma doença por estar mais exposta a vírus no convívio com outras crianças e adultos. Menos flexibilidade de horário.


Site de pesquisa:
www.revistacrescer.com.br

21 de jan. de 2009

A melhor idade para seu filho fazer cada coisa até os 2 anos

Descubra o momento certo de a criança sentar, andar, dançar...

Cada criança tem o seu ritmo. Algumas andam com 10 meses, outras só dão os primeiros passos bem depois da festinha do primeiro aniversário. Mas as comparações são inevitáveis. "Sua filha já bate palmas? O meu já consegue desmontar e montar o controle remoto!" É comum a ansiedade dos pais quando se trata do progresso dos filhos. E surgem dúvidas. CRESCER conversou com dez especialistas para montar esta tabela. As idades são só uma referência.
E nunca é demais lembrar: demora nem sempre quer dizer problema. O apresentador de TV Jô Soares só começou a pronunciar algumas sílabas com 2 anos. "Em compensação, nunca mais parei", brinca.


Confira a tabela de desenvolvimento para cada atividade:

Sentar - 7 para 8 meses
A estrutura do quadril só estará firme aos 7 meses. Primeiro, o bebê precisará de um apoio. Com o tempo, conseguirá sentar-se sozinho. Depois dos 10 meses, se ele não sentar, pode haver algum problema no seu desenvolvimento.

Engatinhar - 9 meses
Essa atividade não é obrigatória. Depois de sentar, a criança descobre novas maneiras de se movimentar, engatinhando ou andando com apoio.

Andar - 10 a 18 meses
A criança tem mais firmeza na coluna e consegue manter o equilíbrio. Por isso, imitando os pais, ensaia os primeiros passos. Ela deve ser incentivada. Se os adultos demonstrarem medo a cada movimento, ela não arriscará.

Dançar (com ritmo) - 1 ano
Desde os primeiros meses de vida, o bebê pode desenvolver um senso rítmico. Depois que começa a andar, seu balanço torna-se seguro e mais parecido com a dança propriamente dita.

Falar - 1 para 2 anos
Falar requer um longo aprendizado. Quanto mais os pais conversarem com os filhos, mais estarão ajudando no desenvolvimento de sua fala. Entre 2 e 8 meses, a criança solta sons guturais. Depois, fala sílabas simples, como "ma" e "pa", que exigem apenas a movimentação dos lábios. Por volta de 1 ano e meio, é capaz de formar pequenas frases. Se até os 2 anos não falar, é hora de procurar um especialista.

Empilhar cubos, lidar com brinquedos de encaixar, pintar com os dedos - Entre 1 ano e meio e 3 anos
Com cerca de 1 ano e meio, a criança já tem habilidade para empilhar e encaixar brinquedos -- e deve ser estimulada, pois esse treino vai ajudar em movimentos futuros, como segurar corretamente um lápis. Nessa época, ela também consegue enfiar os dedos na lata de tinta. Mas levá-los ao papel, e não à boca, exige uma coordenação motora que só virá depois dos 2 anos.