30 de nov. de 2008


AMAMENTAÇÃO - PARTE 1

Benefícios da amamentação e como armazenar o leite materno.

Os pais de uma criança que está sendo amamentada ao seio recebem constantemente uma quantidade enorme de informações. Infelizmente, mesmo quando bem intencionadas, nem todas estas informações servem para ajudar aos pais e sua criança.

É muito comum ouvirmos opiniões do tipo:
- a mulher que fez plástica nos seios não consegue amamentar
- amamentar ao seio faz a mãe aumentar de peso
- algumas mães têm o leite fraco
- algumas mães têm pouco leite

Todos estes comentários, e muitos outros que se ouve diariamente, não são verdadeiros.

O tamanho dos seios não influencia a amamentação pois o tamanho e a forma dos seios são dados pelo tecido gorduroso e o leite é produzido pelo tecido glandular.
A quantidade de tecido glandular é aproximadamente a mesma em todas as mulheres. Também na cirurgia plástica dos seios este tecido glandular é preservado, não interferindo com a amamentação.
Um benefício grande da amamentação é que ela estimula a liberação da substância que atua na contração do útero. Isto pode auxiliar na recuperação mais rápida da sua "antiga forma".
Não existe leite fraco! Algumas vezes, contudo, você pode achar que o seu bebê está querendo mais leite do que você está produzindo.

Existem algumas maneiras fáceis de você aumentar sua produção de leite:

- Aumente a freqüência das mamadas. Se você está oferecendo o seio a cada 3 horas durante o dia experimente, por uma semana, oferecer o seio a cada 2 horas. Isto, muitas vezes, é estímulo suficiente para que a produção de leite aumente. Lembre-se de que quanto mais vazios os seios ficarem durante o dia, maior será o estimulo para o aumento da produção.
- Permita que bebê mame durante mais tempo. As crianças têm ritmos diferentes de mamar, assim como os adultos comem em velocidades diferentes. Aumentar a duração das mamadas pode permitir que uma criança mais tranqüila para mamar consiga retirar todo o leite do seio, coisa que uma criança mais ávida faz num tempo bem menor

O aleitamento materno tem várias vantagens para a mãe, tais como:
- Reduz a incidência de câncer de mama.
- Protege a mulher contra a osteoporose.
- Torna mãe e filho mais íntimos.
- Entre as vantagens para o bebê estão:
- Redução da incidência de doenças alérgicas, como alergias alimentares e asma.
- Redução da ocorrência de diarréia.
- Reduz a incidência de diabetes.
- Redução no número de internações hospitalares.
- Redução na ocorrência de otite média.
- Redução na ocorrência de infecções respiratórias.


Também é verdade que existem outras formas de alimentarmos nossas crianças e a escolha do alimento mais adequado deve levar em consideração toda a estrutura de vida e crenças da família.
Podemos também oferecer alimentação mista (leite materno e fórmula) à criança. É muito importante, contudo, que a mãe tenha consciência de que a amamentação ao seio é uma das experiências mais gratificantes para a imensa maioria das mulheres e que devemos fazer todas as tentativas para que ela seja mantida durante o máximo de tempo possível.


Se a mamãe não pode estar presente na hora das mamadas, uma forma de oferecer seu leite para o filhote é retirá-lo e armazená-lo da forma adequada. Essa já é uma prática comum, dadas as mudanças sócio-econômicas que levam cada vez mais mulheres ao mercado de trabalho.

Mas, para manter a qualidade nutricional desse precioso alimento, alguns cuidados básicos devem ser observados. Antes da coleta do leite, é necessário adotar alguns procedimentos especiais de higiene para evitar a sua contaminação com germes presentes na pele e nos utensílios.
É bom programar a coleta do leite com alguma antecedência, uma ou duas semanas antes de voltar ao trabalho. A definição de horários em que ela vai acontecer também é importante, lembrando que pela manhã a quantidade de leite é maior.
Na extração manual, treino e paciência são fundamentais. A mãe deve estar sentada, em posição confortável.Na extração com bomba, recomenda-se apenas a retirada do leite em excesso, uma vez que as bombas com bulbo são de limpeza difícil. O instrumento é de vidro ou plástico e tem uma pera de borracha numa das extremidades.

Armazenamento:
Para armazenar o leite recolhido os melhores recipientes são os de plástico ou, então, descartáveis. Se o leite for congelado, deve-se deixar um espaço no topo do recipiente antes de tampá-lo.
Uma dica é armazenar em pequenas quantidades para evitar desperdícios. A refrigeração deve ser imediata após a coleta.Segundo o Ministério da Saúde, o período de armazenamento é, após a coleta, de 24 horas na geladeira e até 15 dias no freezer.

Na hora de servir o leite ao bebê, deve-se aquecê-lo em banho-maria. Não é aconselhável o uso de microondas e a fervura deve ser evitada pois esses procedimentos destroem nutrientes do leite materno. Todas as sobras devem ser desprezadas. O leite não deve ficar em temperatura ambiente por mais de uma hora e deve ser oferecido ao bebê preferencialmente com colherinhas ou copos.

Como fazer?

Antes da coleta
· Lavar cuidadosamente mãos e mamas;
· Usar utensílios descartáveis, ou lavados e fervidos;
· Massagear as mamas em forma circular nos locais mais doloridos e, depois, em direção à aréola.

Coleta
· Para extrair o leite da mama direita, usar a mão esquerda e vice-versa; o recipiente deve ser segurado com a mão livre;
· O dedo polegar deve ser colocado na aréola acima do mamilo, o indicador por baixo e ambos pressionados;
· Deve-se apertar por trás do mamilo e soltar repetidas vezes, executando o movimento também nas laterais; essa operação não deve provocar dor;
· O leite deve ser retirado de cada mama durante três a cinco minutos; toda a operação vai durar entre 20 e 30 minutos, alternando-se as mamas;Evitar esfregar os dedos sobre apele e espremer o mamilo.

26 de nov. de 2008

Alimentação no 1º ano de vida

- A alimentação do bebê se inicia com leite, idealmente o leite materno que, como é do conhecimento geral, é o alimento mais completo e adequado às necessidades do lactente.
- A diversificação alimentar deve iniciar-se entre o 4-6º mês de vida. Constitui um processo lento e cuidadoso, no sentido de facilitar a adaptação do aparelho digestivo do bebê, que é ainda muito imaturo.
- A introdução de novos alimentos possibilita ao bebê o contacto com novos sabores, consistências e odores, ajudando-o a desenvolver novas competências e a relacionar-se com o meio envolvente. Não obstante, prepara a criança para se sentar à mesa com a família por volta dos 12 meses, desde que a alimentação familiar seja equilibrada.


A partir dos 4 meses:
08:00 – Leite materno ou Mamadeira
10:00 – Suco de fruta (laranja lima, mamão com laranja)
12:00 – Leite materno ou Mamadeira
02:00 – Papinha de fruta ou Leite
04:00 - Leite materno ou Mamadeira
06:00 – Leite materno ou Mamadeira
09:00 – Leite materno ou Mamadeira

É comum iniciar-se uma papa láctea, sem glúten, ao pequeno-almoço ou ao almoço. Poderá iniciar também uma sobremesa de fruta (maçã, pêra ou banana). É indicado cozinhar a maçã e banana antes do uso, tanto em sucos quanto nas papas, para facilitar a digestão! Evite o uso de concentrado de sumo de limão, farinha de arroz, entre outros constituintes que conferem um sabor mais apurado, podendo levar o bebê a recusar a fruta natural. Não acrescente açúcar ou mel aos sucos e frutas, se quiser adoçar use Karo.











Aos 5 meses:
08:00 – Leite materno ou Mamadeira
10:00 – Suco de fruta (laranja, mamão com laranja)
12:00 – Almoço (Sopinha de carne ou frango) e sobremesa
02:00 – Leite materno ou Mamadeira
04:00 - Papinha doce ou fruta
06:00 – Leite materno ou Mamadeira
09:00 – Leite materno ou Mamadeira

A novidade consiste na introdução da sopa de legumes. Poderá preparar a sopa com uma batata pequena, meia cenoura, meia cebola, uma folha de alface e um fio de azeite no final. Introduza um legume novo (abóbora, repolho, brócolis, couve flor, alho francês…) a cada 3-7 dias para dar tempo a que o bebê se adapte aos novos sabores e verificar se ele não faz qualquer tipo de reação/alergia.


Aos 6 meses:

08:00 – Leite materno ou Mamadeira
10:00 – Suco de fruta (laranja, pêra, melão, maçã)
12:00 – Almoço (Sopinha de carne ou frango) e sobremesa (geléia de mocotó ou gelatina)
02:00 – Leite materno ou Mamadeira
04:00 - Papinha doce ou fruta
06:00 – Leite materno ou Mamadeira
09:00 – Leite materno ou Mamadeira


Adicione à sopa de legumes 70g de carne (vitela, borrego, coelho, frango, peru). Na primeira semana, cozinhe a carne e retire-a antes de passar a sopa. Posteriormente passe a carne na sopa.Á fruta poderá adicionar algumas gotas de sumo de laranja.

Tente substituir mamadas do meio da noite por sucos frescos ou água de coco, para que o bebê se habitue a dormir a noite inteira.


Aos 7 meses:
Com horários adaptados
08:00 – Leite materno ou Mamadeira
10:00 – Suco de fruta (laranja, mamão com laranja, pêra)
12:00 – Almoço (Sopinha de carne ou frango) e sobremesa
02:00 – Leite materno ou Mamadeira
04:00 - Papinha doce ou fruta
06:00 – Jantar (Sopinha de frango ou peixe) e sobremesa
09:00 – Leite materno ou Mamadeira

Prefira peixes brancos, como a pescada e o linguado que têm menor quantidade de espinhas. Poderá ser acrescido caldinho de feijão à sopa do almoço. Comece por introduzir a gema de ovo 2-3 vezes por semana.(Consulte o pediatra)



Aos 8 meses:

Pode iniciar um iogurte natural com 3-4 bolachas Maria ou torrada que pode substituir ou alternar com a papa.



Após os 12 meses:
Poderá introduzir outro tipo de fruta (pêssego, morangos, kiwi…), leguminosas (feijão, grão…), clara do ovo... mel.


Gradualmente habitue o seu bebé a ingerir a dieta alimentar da família, embora com pouco sal e açúcar.
Lembre-se que o bebê não está habituado a estes novos sabores e consistências. Tenha paciência durante todo este processo. Ele poderá recusar um alimento quando lhe é oferecido pela 1ª vez e ingeri-lo com satisfação à 2ª ou 3ª vez. Evite a comida enlatada ou em boiões. Não adicione sal ou açúcar aos alimentos. Ao seguir estas recomendações estará a promover a médio e a longo prazo a saúde do seu filho.

Bibliografia:
Direcção Geral da Saúde. Saúde infantil e juvenil – programa tipo de actuação.
Orientações técnicas nº 12
docs/pediatria/alimentação